segunda-feira, 27 de julho de 2009

Minha Terra, hoje eu vim te falar...


Floresta, minha Terra!
Hoje eu vim te falar.
Falar de um processo doloroso,
cruel,
de uma invasão...
Vim te dizer, minha Terra,
que na distância em que se postam os seus filhos mais valentes,
mais viris,
bravos e destemidos,
tanto assim, não a deixaremos só...
Vim te dizer, minha Terra,
que na alegria e na tristeza,
na agonia que lhe fazem passar,
no escárnio que de ti querem fazer,
por suas partes e trincheiras,
estamos nós, em sentinela,
e você há de resistir,
levantar-se,
reerguer-se,
salvar-se,
reviver...
Vim te dizer, minha Terra,
que na ausência de seus filhos mais ilustres,
dessa cacimba onde saciamos a sede,
há um desejo renovado, vivo, firme e forte
de compromisso com você...
Guardá-la,
trazê-la sempre nossa,
de não deixá-la sozinha
e sem amparo...
Vim te dizer, minha Terra,
que a ramagem de seus troncos
não fará recuo,
não se amendrotará,
não se acorvadará,
não a deixará no abandono,
não a entregará as mãos dos carcarás,
não a levará de nós, os invasores.
Vim te dizer, minha Terra,
que não é mesmo desse jeito que a cuidamos,
que a amamos,
que a trazemos dentro de cada um de nós,
que a queremos,
que a fazemos,
que será, heroicamente, arrebatada das mãos dos escarnecedores...
Vim te dizer, minha Terra,
que nunca deixaremos de enamorá-la...
Vim te dizer, minha Terra,
que a água de seu Pajeú, de seu Navio,
lava o pranto e revigora forças,
que a sombra de seus tamarindos ameniza o lamento,
que a beleza de seu casario ainda menina de nossos olhos,
que o patamar e o altar de cada uma de suas igrejas,
recebe as nossas preces, o nosso fervor...
Vim te dizer, minha Terra,
que o Bom Jesus dos Aflitos
e a Virgem do Rosário
baloartes de nossa fé
escutam de nós os rogos de paz!
Que os nomes de suas ruas, praças, prédios,
de sua história impressa e impregnada
em cada peito e no peito de todos nós,
não se dissolve em tintas alaranjadas...
Vim te dizer, minha Terra,
não foi em vão a mão que te escreveu,
o canto que te cantou,
o desenho que te desenhou...
Vim te pedir, minha Terra,
Vim te pedir clemência, paciência,
perdão, pela angústia que a fazem passar
e que passam os filhos seus...
Vim te dizer, minha Terra,
que lutaremos, sim,
até o fim!!!

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